Por oportuno, republico o artigo abaixo que eu escrevi e postei neste blog em
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Baía Formosa – Notas Históricas.
Dario Franco
O primeiro registro da existência de Aratypicaba, atual Baía
Formosa, data de 1587, e foi feito pelo historiador português Gabriel
Soares de Souza, na página 26 do Capítulo X da Primeira Parte do seu
Tratado Descritivo do Brasil (1587). Escreve, pois, o historiador: “De
Itacoatigara ao Rio de Goaramatai são duas léguas, o qual está em seis
graus esforçados; de Goaramatai ao Rio de Caramative são duas léguas, o
qual está em seis graus e 1/4, e entre um e outro rio está a enseada
Aratipicaba, onde dos arrecifes para dentro entram naus francesas e
fazem sua carga”.
Ou seja, os
brasis da nação tupi já tinham criado as referências geográficas nesta
região litorânea quando os colonizadores portugueses aqui chegaram.
Aqui viviam os brasis potiguares. Para aqui vinham navegadores
franceses, depois Portugal empreendeu a colonização. Franceses e
portugueses queriam o pau-brasil para comercializar na Europa.
A troca do nome de Aratypicaba para Bahia Formosa aparece pela
primeira vez em 1612, no mapa do cosmógrafo português João Teixeira
Albernás.
A troca dos nomes tupis pelos portugueses diz respeito ao domínio das terras conquistadas no período da colonização e das grandes navegações. Nada tendo a ver com poesia ou enlevo poético. Marcar com nomes portugueses as cartas geográficas era indicar aos holandeses e franceses, sobretudo, que aquelas terras pertenciam a Portugal.
Portanto, Baía Formosa já estava instalada e era um centro
comercial próspero dentro das terras da sesmaria de 5.000 braças em
quadra, no vale do rio Cunhaú, doada em 1604 pelo Capitão-Mor da
Capitania do Rio Grande, Jerônimo de Albuquerque, aos seus filhos Matias
e Antônio de Albuquerque, e confirmada em 1628 pela Coroa Portuguesa.
A primeira notícia que se tem sobre a contestação destas
terras data de 1848. Pelo Aviso n° 13 de 21 de Janeiro de 1848 o Poder
Judiciário da Província do Rio Grande nega a sua herança a André de
Albuquerque Maranhão Arco-Verde. Posteriormente, seu sucessor João
Albuquerque Maranhão Cunhaú, também reclamará essa mesma herança e a terá negada finalmente.
No dia 10 de agosto de 1877 esse reclamante, pela segunda vez -
a primeira, oito dias antes, foi no dia 2 de agosto - , invadiu Baía
Formosa para matar os moradores que se recusavam a abandonar o povoado.
Sob a liderança de Francisco Magalhães os habitantes resistiram ao
ataque e impuseram uma derrota humilhante aos invasores. Esse evento
insensato ficou conhecido como a Matança de Agosto. Agora, mais
propriamente, já se fala na Resistência de 10 de Agosto de 1877.
O município foi criado em 1958, mas a sua área territorial que
ocupa somente 250,1Km², só foi desapropriada da Fazenda Estrela em 1980
pelo governador Lavoisier Maia, quando era prefeito Samuel Monteiro da
Cruz.
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